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NOVA POLÍTICA, PRINCÍPIOS E CARÁTER INSTITUCIONAL

JANUÁRIO, Sérgio S.

Mestre em Sociologia Política

 

 

Vislumbramos e vibramos pelas cenas iniciantes para uma “Nova Política”. Este período nascente foi colocado na agenda política pela “Política de Enfrentamento” imposta pelos eleitores aos políticos de todos os dias diante dos problemas de todos os dias: os mesmos candidatos, as mesmas promessas e os eternos problemas. Foi o grito de “Basta!” entoado nas urnas.

Todo o carregamento de energia da Política de Enfrentamento do eleitor teve como propulsão os resultados das Operações da Lava-Jato: um a um, políticos de todos os cargos importantes do Parlamento e do Poder Executivo [ex-presidente da República, ex-Presidente da Câmara dos Deputados, ex-Presidentes de Partidos Políticos etc. foram levados à prisão. Esta marca se tornou o combustível que levou os eleitores a produzir a mudança de comportamento. Não foi uma “Onda Bolsonaro”, mas uma atitude de valor político do eleitor.

Aguarda-se com esperanças que a Política de Enfrentamento leve os políticos a mudarem suas atitudes em relação aos compromissos públicos. Estão sendo questionadas as atitudes de dirigentes que tomam os cargos públicos como algo individual e que substituem os interesses coletivos pelas negociatas privadas. Vários são os prefeitos, muitos são os governadores que experimentaram as prisões e se tornaram os símbolos da intolerância eleitoral e da “Política de Enfrentamento”.

Dia após dia temos observado as “tribos políticas” se debaterem no maniqueísmo do bem e do mal, do certo e do errado, do bom contra o ruim. Há de se notar a contaminação do debate pelos ardilosos argumentos da adoração e do ódio a personagens políticos. Esquecem-se que os Princípios e o Caráter Institucional são independentes de pessoas e de suas trajetórias. Não guardam em suas memórias que os Princípios e o Caráter Institucional são os condutores das relações sociais e políticas.

E Princípio vale em qualquer lugar, em qualquer tempo e para qualquer pessoa: é o que nos permite viver em sociedade e aglutinar todos os diferentes em uma sociedade. É por isso que entre tantas necessidades de superação em nome da Nova Política, o Nepotismo Político, ainda que possa ser considerado formalmente legal em alguns casos, ainda resiste.

Os Nepos [originalmente sobrinhos de Papas, seus filhos naturais], por mais competentes e preparados que possam ser, por Princípios e pelo Caráter Institucional do Estado, não devem ocupar quaisquer cargos que possam servir como privilégios de relações de parentesco, ou como prestígio social ou aumento de renda familiar e que impulsionem, em qualquer grau, a formação de poder familiar na máquina pública.

Não faltarão ao Presidente, aos Governadores e aos Prefeitos e Vereadores, pessoas preparadas e capacitadas para ocuparem cargos públicos, sem precisar atropelar Princípios e o Caráter Institucional que revelam a necessidade de uma Nova Política. De embaixadas a cargos comissionados [já tão excessivos e carregados na alma de privilégios] é passada a hora de diminuir a quantidade de comissionados [resultado de proteção política ou de recompensa por atividades em campanha eleitoral]. É em nome de Princípios e não em nome de pessoas que nasceu a Política de Enfrentamento, primeiro passo para a Nova Política.

Passo a passo, a caminhada política precisa de pés e mãos limpos! Todo o resto é política velha, decadente nas entranhas, Patrimonialista no exercício e Ilusionista nas promessas. Observemos as práticas e Critiquemos por Princípios!

Não basta falar inglês; é preciso comunicar os bons Princípios.

 

 

 

 

 

Crédito da imagem: Google imagens/valores morais.



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