NÓS VAMOS RESOLVER, COM A AJUDA DO DIVINO
JANUÁRIO, Sérgio S.
Mestre em Sociologia Política
Definidos os candidatos à Presidência da República, depois de longos momentos de indefinição, ocorreu o primeiro debate entre os que desejam exercer o poder político de comandar o Brasil. Não exatamente nos representar, mas decidir o que deveria ser o melhor e o pior, o bem e o mal. Depois poderemos analisar os resultados.
Nenhum programa de governo; nenhum desenho mínimo do que se pode esperar como um planejamento de administração pública; nenhuma plataforma capaz de afirmar minimamente o que se poderia obter de um novo período governamental no país. Nada de coisa nenhuma.
O que se obteve foram frases de efeito para o espectador, tentativas de desmascarar um ou outro com o tal “pega na mentira”. E um enorme desenrolar de salvação na base do que “nós vamos resolver”.
Infeliz eleitor que teve que procurar alguma coisa para sustentar “seu posicionamento” frente ao candidato de sua preferência. Para todos os outros, entre indecisos e insatisfeitos, foram mantidas as condições de dificuldade de encontrar algo ou alguém que se possa conceder voto que deixarão um dos candidatos frente aos desafios que o país terá que enfrentar.
Tais desafios, há muito, foram encarados pela Economia que teve que se desdobrar entre Planos Econômicos, regras tributárias, agendas falidas e ainda ter que manter seus negócios. E, de fato, este aspecto sempre caracterizou o país como uma das dez maiores economias do mundo associado ao pífio desempenho político, democrático e em desenvolvimento social.
Passou de lado a condição de um Estado firmado num monstro chamado “Presidencialismo de Coalizão”. Muitos partidos estão lutando para constituírem grandes bancadas parlamentares e se apoderarem do poder executivo logo em seguida. Ou por terem se associado na campanha eleitoral e “cedido” tempo de rádio e TV ou pelo poder de veto que deixa o governante frente a um sequestrador e se sente como um refém com arma na testa.
Talvez a decisão mais importante seja para parlamentares [deputados federais e estaduais] e suas posições eleitorais. São estes que instituem ou mesmo impõem as condições de “governabilidade” de um país. Até o momento, muito embora a estrutura de Estado não possa abrir mão de sua existência, os resultados apresentados são rigorosamente desprezíveis, ineficientes e muitas vezes inadequados.
Se você encontrou um candidato ao parlamento que esteja comprometido em diminuir ao mínimo a quantidade de assessores políticos e assessórios de renda, e que se comprometa com uma necessária Reforma de Estado [Sistema Eleitoral, Regime e/ou Sistema Político...] e que possa assegurar, com sua assinatura em documentos os compromissos assumidos, então o defenda e o divulgue. Se ainda não o encontrou em suas buscas pela nebulosa névoa ofuscante das campanhas eleitorais, continue sua busca. E quando encontrar, se encontrar, grite!
Momentos difíceis ofertam decisões engajadas. E é um convite para conhecer nossa trajetória política, nossos valores sociais, nossa cultura política, nossa identidade como cidadão e a história de nossa trajetória que diz o que somos e como chegamos até aqui.
Vem aí as AULESTRAS EXITUS! Aguarde!
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