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DEPOIS... DIANTE DA DESAFIADORA REALIDADE

JANUÁRIO, Sérgio S.

Mestre em Sociologia Política

 

 

Depois das eleições breves comemorações, entrevistas de vitória e o deslocamento dos derrotados. O vencedor organizando o arranjo de grupos, interlocutores e possibilidades. Na cena seguinte aparecem dúvidas sobre os condutores de áreas, seus laços de amizade e suas façanhas. Tudo posto “as melancias se ajeitam pelo movimento”.

Os desafios se mostram impressionantes tanto por sua imensidão quanto por sua intensidade. Duas tarefas se tornaram fundamentais para os novos governantes: (i) reparar o Estado de privilégios caros em impostos e ineficientes nos resultados aos clientes de Estado; (ii) e conseguir estabelecer algum tipo de escala de desenvolvimento em políticas sociais, educacionais, de saúde, de segurança, infraestrutura...

Os Partidos Políticos passarão por alterações [a esperar se mudanças cosméticas ou transformações políticas internas], e não servirão de suporte ideológico ou de palanque para quem quer que seja. E todos aqueles que não alcançaram índices suficientes para ultrapassar os limites de “cláusulas de barreira” terão que se reinventar para guardar suas reservas morais e éticas que deverão ser reivindicadas em frente. As eleições revelaram que a necessidade imediata das pessoas se encontra em necessários operadores pragmáticos críticos da “Velha Política”.

Estamos no processo de mudança de ânimo da população que resolveu enfrentar as tormentas de promessas nunca realizadas e dos planos de governo que, por um instante pós-eleitoral, se desmancham no ar das comemorações. A população parece não mais esperar – tal porque não crê – em tomadas de decisões de remendos do velho tecido cheio de buracos. Aparentemente, pelo olhar dos eleitores, os governantes precisam diminuir o tamanho assustador do Estado que irrompe sobre minúsculos conteúdos de educação familiar e escolar, sobre a imprensa [hoje virtualizada], sua liberdade e sua necessária responsabilidade num mundo de plantio das desgraças coletivas.

De resto, todos os movimentos serão analisados e julgados por todos a esperar a diminuição do sufoco instalado em suas vidas de todos os dias. Como o grande vencedor das eleições [PSL] não tem militância, mas apenas eleitores, os riscos são gigantescos. As possibilidades de críticas severas e punições políticas por parte da população são inesgotáveis, posto que foram inesgotáveis o uso do Estado para “servilismos comissionados” e privilégios sempre inoportunos. Além de tudo isso, o corporativismo público tem cavado ainda mais o fundo do poço.

A próxima fatura será cobrada nas eleições municipais. E não esperem que sejam eleições para testar; serão eleições para julgar. O eleitor estabeleceu um outro ponto de onde se pressionam as teclas eleitorais: a Política de Enfrentamento. Não será mais entre os candidatos as escolhas a serem realizadas: o melhor ou o menos ruim. Os parâmetros políticos e eleitorais e as decisões de voto não se aconchegam em currículos, nem se acumulam em experiências, e nem mesmo nos ouvidos sensibilizados pela boa oratória convincente. Não é o candidato a ser visto como o mais relevante, mas a política. A Política de Enfrentamento do Eleitor!

 

 

 

Crédito da imagem: google imagens

 



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