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DEMOCRACIA E FORMAÇÃO DEMOCRÁTICA: MAIS DO QUE VOTO, MAIS DO QUE DIREITO

 

JANUÁRIO, Sérgio S.

Mestre em Sociologia Política

 

 

DEMOCRACIA é uma expressão inquieta. É um argumento capaz de ser assumido para todos e nas mais diversas situações. Não é pelas diferenças que a democracia pode existir, mas como você pode garantir respeito social e político às diferenças existentes. Democracia tem o limite da intolerância. Por isso existem um conjunto de sentidos pouco adimplentes às necessidades interpretativas sobre o que se deseja.

É corriqueiro admitir que democracia é pura e simplesmente a admissão de diversidade. É democrático porque é diferente, é distinto, é único. Isso é pouco, muito pouco para a democracia.

Para uma Democracia Social é necessário defender e agir em obediência ao povo, à população, ao coletivo. Mas, em primeiro lugar é necessário que exista esse ente que atende pelo nome de coletivo e seus interesses. Não o temos por perto. Podemos também compreender a Democracia como o resultado de obediência às leis na mesma medida para cada um, na trilha de que todos são iguais perante a lei. Isso apenas se avizinha.

Pela abordagem da legitimidade das decisões é proclamada por um lado a democracia direta, muito frequente em reuniões consultivas para planos diretores e conselhos municipais, mas que na maioria das vezes são apenas fontes simuladas para decisões e, mais ainda, sumariamente negligenciadas. Na Democracia representativa delegamos a outros que possam falar por nós; porém o “nós” não é uma referência para se decidir quaisquer coisas.

A liberdade é um dos fundamentados da democracia. Legado da Revolução Política [ou Francesa], liberdade implica em um certo grau de desenvolvimento econômico e político para que as pessoas se construam como cidadãos, consigam superar as necessidades básicas para depois reivindicarem as necessidades coletivas. Depois de satisfazer o que lhe é materialmente elementar, suas preocupações podem ser focadas na realização das potencialidades humanísticas da sociedade.

Na Democracia, Estado não é protetor e nem emerge como uma figura paterna. Os eleitos não são “pais de pobres” ou obtêm a “sacralidade” de estarem dotados de falar como superiores em nome da “salvação”. Todos esses que prometem resolver os problemas ou realizar os desejos são os autoritários clientelistas mais perversos.

Democracia se funda na relação de poder servir como igual [não como superior], enxergando nos cidadãos a fonte e a força do poder e das decisões [e não tendo a capacidade superior de saber mais do que os outros todos], e de submeter os seus próprios interesses aos interesses dos outros, ao invés de fazer carreira e agregar aos seus salários um conjunto de “puxa-sacos” e uma montanha de benefícios cujo custo, inevitavelmente, estará nos tributos e obrigações e tarifas e contribuições e impostos e taxas...

Assim como votar jamais nos colocou como cidadãos políticos, a Democracia cravada na busca do direito individual, como direito regulador das relações sociais, políticas, econômicas e culturais, é apenas uma parte, importante, mas insuficiente, para que os alicerces da democracia sejam estendidos à representação do valor dos outros. Outros que absorverão os efeitos de minhas decisões em suas vidas.

Eis nos outros a grandeza do indivíduo democrático e a superioridade da democracia. E desde nossa formação como colônia portuguesa na américa, depois como curto Brasil Monárquico seguido de Brasil Republicano, jamais chegamos próximos da Democracia. A eleição não define nossa democracia porque as relações políticas não levam em conta o outro como fenômeno sempre incluído.

 

É hora de mudar a política! Estamos no momento exato e necessário de conhecer os valores que constituem nossa cultura política, nossa identidade como cidadão e a história de nossa trajetória que diz o que somos e como chegamos até aqui.

Como mudar a política? É preciso conhecer como chegamos até aqui! Vem aí as AULESTRAS EXITUS! Aguarde!



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