DA LUTA ELEITORAL E DA QUALIDADE DE GESTÃO
JANUÁRIO, Sérgio S.
Mestre em Sociologia Política
Aos leitores: não há neste artigo quaisquer juízos de valor com referência à política, apenas esforço analítico sobre os tempos políticos atuais. Compreender é procurar entender.
Durante um processo eleitoral, nas condições que estão organizadas em nossa política, temos três etapas bem definidas. A primeira é o período de Expectativa, quando os ainda pré-candidatos se apresentam aos eleitores e conduzem para o público suas qualidades pessoais, sua capacidade de dirigir uma organização pública e sua proeminência em fazer gestão. Esse período não tem data para ser iniciada.
A segunda etapa se dá pela inscrição dos candidatos e pela Concorrência entre os candidatos. Agora, de forma comparativa, os eleitores podem distinguir entre os candidatos em debates, entrevistas, propostas etc. Esse momento tem data para começar e, em geral, tem data para acabar.
A terceira fase se estabelece na fase final de uma campanha e coloca aos eleitores os parâmetros do Voto Útil. É baseado em quem eu não quero que vença que escolho o candidato mais forte para derrotar aquele que eu considero que não deve vencer. Essa fase, na maioria das vezes, é finalizada com a apuração dos resultados eleitorais.
Vencida as eleições, o momento crucial agora é organizar o grupo de gestão e preparar o início de novos tempos em nome dos eleitores e dos compromissos assumidos. A qualidade da gestão pública é o que passará a ser avaliado pelas pessoas. E os compromissos que foram assumidos serão parte das reclamações ou dos aplausos.
A eleição acaba. Com tantos desafios a serem enfrentados e com tantas dificuldades a serem ultrapassadas não há motivos para se prolongar a concorrência eleitoral. Para todo aquele que dirige um município ou um Estado da Federação ou o País, tudo o que fizer, dizer, ou deixar de fazer ou de dizer passará pelas agudas críticas dos que ficam no posto de críticos.
Crítica, deixemos claro, que deve ensinar a todos e que deve despertar o espírito republicano e as relações democráticas. Descartem-se todas aquelas que são meramente críticas por oposicionismo sem fundamento e meramente contestatória. Crítica não serve para ser contra, mas sim para recolocar critérios e discernimentos diferentes.
Depois das eleições, portanto, a insistência no embate eleitoral, a permanência dos candidatos como conduta política, o jogo de debate eleitoral deve dar lugar ao cenário da gestão pública de qualidade, dos desenhos preliminares sobre o futuro.
O gestor vencedor eleitoral não deverá mais apontar o dedo acusador aos concorrentes eleitorais, não poderá justificar suas pretensões políticas como uma necessária vitória contra os concorrentes. Aguardam, os eleitores, pela gestão com qualidade, pela política que faz cresce o nosso mundo, pelo futuro promissor prometido. Gestor faz gestão, candidato concorre!
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